

Pois na tarde desta sexta-feira um legítimo pastelão foi protagonizado por estes pseudo-paparazzi, que arriscaram suas vidas e as de outros que passavam pelas ruas de São Paulo, ao perseguirem ensandecidamente e em alta velocidade os carros do pai e da madrasta de Isabella, quando ambos deixaram as delegacias em que estavam presos.

Câmeras de Tv transmitiram ao vivo o percurso dos dois carros, enquanto eles se abalaram pelas ruas da capital paulista, mostrando, mais do que os carros, o desespero dos fotógrafos se espremendo para obter uma melhor imagem dos acusados do crime.
O termo italiano Paparazzi foi cunhado a partir do plural de

Os sebosos que sobrevivem a cata da imagem roubada ou doada de bandeja pelas celebridades já foram alvo de críticas e processos, além de filmes em que vêem retratada sua vida. Na última semana mesmo houve o caso da condenação dos fotógrafos que teriam provocado a morte da Princesa Diana em 1997, ao perseguirem em alta velocidade o carro em que ela estava, apenas atrás de uma foto.
Mas neste caso do casal suspeito da morte de Isabella, há um excesso. É possível tratar estes fotógrafos e cinegrafistas como paparazzi? Afinal, é o casal uma celebridade? E o que diria ao leitor/espectador comum a imagem de uma mulher ou de um homem atrás do vidro de um carro em alta velocidade tentando fugir das câmeras? Esta imagem valeria mesmo mais do que as mil palavras sobre as investigações do crime que estão jorrando excessivamente aos olhos e ouvidos desta nossa sociedade do espetáculo? São tão essenciais que justifiquem esta corrida frenética e transmissões ao vivo?
Espectadores nada passivos que, acompanhando com tal voracidade na mídia cada passo desta investigação e comprando nas bancas cada imagem desfocada, estaríamos nós em busca de uma resposta para a incrédula tragédia, ou apenas, sem perceber, nos alimentando morbidamente dela como passatempo?
Nenhum comentário:
Postar um comentário