19 de ago. de 2009

Uma fotografia que inspira


Hoje é o Dia Mundial da Fotografia e aqui no Polo vamos comemorar com uma brincadeira boa, proposta pelo site amigo Foto na Parede, que comercializa fotos (bem legais) para decoração.

Me pediram para escolher uma foto - que está acima - que me inspirasse, para comemorar este dia. A partir de então, que convidassemos os leitores a comentar esta foto ou indicar outras fotos que podem ser vir de inspiração. O comentário mais interessante recebe em casa, de presente, a foto abaixo em tamanho 20X30, que é comercializada no Foto na Parede e - por coincidência - foi tirada por quem vos escreve hoje neste blog.

Atentem-se para o detalhe de postarem os comentários apenas até o dia 21 de agosto e deixar um e-mail de contato. O resultado sai - aqui e no Foto na Parede - no dia 25 de agosto.Minha escolha foi pelo contraste que a imagem apresenta e a partir dos debates que suscitou, à época de sua publicação.

Depois de muito pensar sobre as inúmeras fotos que me inspiram (Cartier-Bresson, Robert Capa, o "nosso" Miguel Rio Branco, ou mesmo fazer uma homenagem a Mario Cravo Neto, que nos deixou há pouco tempo", escolhi esta imagem feita pelo fotógrafo da Magnum, Thomas Hoepker, que assim como os membros deste Polo, se diz um "fazedor de imagem".


Outros blogs participam também desta brincadeira. Mas quem vencer em um deles, já não pode ser o feliz vencedor nos demais. Confiram a lista dos outros blogs...

Don’t Touch my moleskine
Imagem Papel e Fúria
Olha, vê
Bem legaus
Lente Aberta
Daniel Mituso
Porta de Geladeira
Grupo de Foto
Brincando de Casinha
Fotografando
Laranja é a cor do vestido dela
FotoColagem
Complete a frase
Bruna Prado


PS: Para quem não se lembra mais, foi em 19 de agosto de 1839 que foi anunciado ao mundo oficialmente, em Paris, na Academia de Ciências da França, o advento da fotografia, consagrando o Daguerreótipo, e tornando pública a experiência que já vinha sendo feita por Joseph Nicéphore Niépce e Jean Jacques Mandé Daguerre havia alguns anos. Niépce foi o precursor, unindo elementos da química e da física, criou a héliographie em 1926. Nesse invento ele aliou o princípio da câmara escura, empregada pelos artistas desde o século XVI, à característica fotossensível dos sais de prata. Após a morte de Niépce, Daguerre aperfeiçoou o invento, rebatizando-o como daguerreótipo.

11 comentários:

Gustavo Mena disse...

acho que a foto foi de um oportunismo muito bem sacado, com os caras aproveitando o feriado que se fez da fumaça que saía das torres. bjs.

Cláudia disse...

Na minha opinião, a boa foto é aquela que prescinde de palavras. Mas essa, além de cumprir este papel, simultaneamente, ela traz à nossa cabeça, sentimentos totalmente opostos: cor X preto e branco; luz X fumaça e calma X desespero.
E no fim de tudo, a beleza da foto não permite que fiquemos com raiva do grupo. Afinal, eles sintetizam o princípio da vida: uns morrem, outros nascem, e a vida continua ali, apenas sendo vivida.

Juliano disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Juliano disse...

A harmonia do caos

Cláudia, concordo plenamente. Mas também achei interessante perceber que depois de um tempinho os opostos foram encontrando relações mais harmônicas entre si. O céu azul dialoga bem com o corte diagonal da poluição, e a urgência da fumaça cinzenta alcança a paz preguiçosa em tons pastéis da moçada. O verde dá moldura pros prédios, e uma ponte no fundo, conectando os planos. A harmonia do caos. :)

clarissa disse...

http://www.utexas.edu/features/2005/photojournalism/photojournalism4.html

Esse é o link para a foto que me inspira. A imagem, do francês Jean-Marc Bouju, ganhou o World Press Photo de 2003.

Essa foto me emociona muitíssimo – tanto pela beleza plástica quanto pela imagem pungente.

Nessa cena, é possível ter ideia clara das condições precárias do campo de prisioneiros no Iraque, o ambiente árido, o tratamento desumano.

É quase palpável a angústia do pai, encapuzado naquele calor, tentando ainda confortar o filho. A angústia do menino também é nítida – ele esfrega os pezinhos, sinal de medo, insegurança.

E tudo isso emoldurado pelo emaranhado de arame farpado.

claudia tavares disse...

o que eles estariam conversando? que lugar é esse exatamente? seria possível estar alheio à toda a fumaça que vinha do outro lado do rio? será que conheciam pessoas que estavam nas torres?
uma boa imagem me leva a duvidar do que vejo, me leva a questionar a situação, me leva a pensar no que se passou na cabeça do fotógrafo no momento em que ele edita e apresenta essa e não outra foto da mesma cena.
a boa fotografia, de fato, inspira.

Cristina disse...

o que me intriga é saber se ele montou esta foto com amigos. Não que isso deponha contra. Seria um tipo tableau... e muito bem montado...

Camila disse...

Eles são belos, jovens, saudáveis e ricos. Demonstram isso. Vivem assim o dia-a-dia como ícones da nação que queima atrás deles. É o contraste, sim. Mas, mais que isso. É a demonstração de força da América, força que não se abala diante deste ataque. A captura denota esta impressão de maneira clara, transmite a calma plácida do "tudo passa"... E fala muito mais do que mil palavras que possamos usar aqui

Unknown disse...

Achei interessante porque parece que estão assistindo a um programa de televisão, um filme... Enfim, um espetáculo, algo irreal. São passivos. A perplexidade talvez seja a mesma da gente, que assitiu a queda das torres pela televisão,com a tranquilidade de quem está a quilômetros de distância do desastre. O que garantia a eles que o desastre não avançaria até eles? Me lembrei da tissuname. Muitas pessoas ficaram da mesma forma imóveis, assistindo ao espetáculo, sem fugir, vendo o mar recuar e sem pensar nas consequências. Do ponto de vista da foto, o que acho mais interessante é que esse grupo de pessoas deixou de ser quem assiste a uma imagem para ser a imagem a ser assistida e comentada por nós. Legal esse nosso mundo da imagem!

Anônimo disse...

Até mesmo defronte de uma grande desgraça, o ser humano pode simplesmente não enxergar o que vê. Que a fotografia sirva, ao menos, para revermos nossas vidas.

Clarice disse...

A foto me passa uma sensação artificial. Na parte inferior, o grupo sentado e conversando despreocupadamente me faz pensar naquelas fotos politicamente corretas de universidades americanas, em que sempre há um negro, um asiático e uma loura rindo. A fumaça atrás parece tragicômica. Penso no filme Beleza Americana.