A escolhida para ocupar o espaço clássico da seção In Foco, com slides de sua obra chama-se Rineke Dijkstra e nasceu em Sittard, na Holanda em 1959.
Estudante de fotografia da Gerrit Rietveld Academie de Amesterdã, de 1981 a 1986, Dijskstra trabalhou em várias empresas como retratista até que sofreu uma acidente, quando uma bicicleta atingiu seu carro.
Um auto-retrato produzido durante a sua reabilitação, deflagrou uma nova direção à sua obra.
Desde então ela passou a eternizar em retratos certos momentos de transição. O mais presente em sua obra é o da puberdade.
Passeando por praias e piscinas americanas e européias entre 1992 e 1996, a holandesa de nome um pouco difícil para os brasileiros apresentou jovens banhistas em poses que variam entre a tentativa de sedução, o desconcerto e a timidez entremeados pelo estilo desajeitado de quem percebe o corpo mudando.
Outros momentos de transição registrados por Dijkstra foram os das mães pouco depois do parto e toureiros recém saídos da arena, ainda com os rostos sujos de sangue. Recentemente, ela também se concentrou sobre os jovens militares israelitas. Novamente, a imagem não nos mostra a ação, não retrata a "realidade", mas apenas as evoca, deixando a sugestão do que foi e o vir a ser.
Para entender Dijkstra, o legal é evocar Jean Baudrillard, em uma entrevista quando de sua vinda ao Brasil:
"Sou um dissidente da verdade. Não creio na idéia de discurso de verdade, de uma realidade única e inquestionável. Desenvolvo uma teoria irônica que tem por fim formular hipóteses. Estas podem ajudar a revelar aspectos impensáveis. Procuro refletir por caminhos oblíquos. Lanço mão de fragmentos, não de textos unificados por uma lógica rigorosa. Nesse raciocínio, o paradoxo é mais importante que o discurso linear. Para simplificar, examino a vida que acontece no momento, como um fotógrafo. Aliás, sou um fotógrafo."
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