3 de jul. de 2008

Delicadeza, sensibilidade, lirismo.

Predicados que cabem ao trabalho do coreano Ki-Bong Rhee, que está exposto na mostra coletiva Emergência, a quarta edição da Bienal Emoção Art.ficial, entre 2 de julho e 14 de setembro, no Itau Cultural, em São Paulo.


A mostra reflete sobre a emergência no campo da arte cibernética e apresenta obras constituídas por elementos reais ou virtuais que, ao interagirem entre si, originam resultados complexos não-previstos pelo artista. A construção de tais obras apresenta, dessa maneira, características emergentes que expandem os conceitos tradicionais de criação e autoria.




No caso do trabalho do coreano, a instalação é composta de um aquário contendo um livro que a partir de um fluxo proporcionado por bombas d´água, desenha suaves movimentos que enlevam o "espectador" (?). A estabilidade dinãmica do objeto é mantida por uma bola de ping pong que impede que ele feche para o lado contrário e impulsiona seu peso, permitindo que as páginas fiquem colocadas. Frases desgastadas com a água podem ser lidas em parte e os movimentos de tão suaves sugerem quase uma meditação, uma transposição da mente daquele para outro espaço.



Outro trabalho que chama a atenção na mostra é a estante composta por 50 livros-objeto. Ao serem abertos, um mecanismo dispara a gravação de trechos de textos de diversos autores- Fernando Pessoa, Franz Kafka e Italo Calvino, apenas para citar alguns.


Assim, o público compõe um palimpsesto sonoro, sem que cada visitante deixe de ouvir o trecho do livro específico que está em suas mãos. Obra vencedora do Rumos Itaú Cultural Arte Cibernética em 2007, a obra é da brasileira Raquel Kogan, arquiteta, artista multimídia, gravadora e pintora.


Por estas e por outras, vale e muito.

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