13 de mar. de 2008

O olhar feminino na estante

Annie Leibovitz (American, b. 1949), Nicole Kidman, 2003, Photograph ©
Annie Leibovitz from "A Photographer's Life: 1990-2005" Courtesy of Vogue.
Por Philippe Machado*

Na semana em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, nada mais apropriado do que comentar a importância das fotógrafas no mercado editorial. Comecei a pensar nas grandes referências e suas grandes obras. Certamente uma das mulheres mais publicadas é Annie Leibovitz, com pelo menos seis livros individuais, sendo o mais recente: “A Photographer´s Life 1990-2005” (Ed. Random House, 472 pág.). Isso sem contar as dezenas publicações coletivas.

Qualquer boa estante também incluiria Diane Arbus (já comentada aqui no blog), que mostrou à América e depois ao mundo pessoas que se encontravam, até então, à margem das lentes.
São vários livros, mas gostaria de chamar atenção para o ainda não lançado (previsão para abril de 2008), “Hubert's Freaks: The Rare-Book Dealer, the Times Square Talker, and the Lost Photos of Diane Arbus” no qual serão publicadas “fotos encontradas” e atribuídas à Diane. É aguardar e ver.

Há outros nomes relevantes, como Sophie Calle e Cindy Sherman, que possuem trabalhos autorais e se apropriaram da fotografia como suporte. A primeira intercalando texto e imagem, a segunda fazendo do auto-retrato o ponto de partida para seus ensaios. Mas acho importante comentar especialmente sobre as “nossas” fotógrafas que publicaram suas obras, já que esse é um grande desafio no Brasil.

Claudia Andujar, nascida na Suíça e naturalizada brasileira, pode ter sua obra apreciada em seu mais recente livro: “A vulnerabilidade do ser” (Ed. CosacNaify, 340 pág.), que traz um retrospecto dos seus quase 50 anos de carreira. Com um trabalho fundamentalmente focado na questão indígena no Brasil, a fotógrafa recebeu vários prêmios, além de ter suas obras adquiridas por importantes museus e coleções internacionais.

Outra artista brasileira é Rosangela Rennó que, reconhecida nas artes plásticas, usa a fotografia como linguagem e publicou em 2003, um apanhado de seu material no belíssimo livro: “O arquivo universal e outros arquivos” (Ed. CosacNaify, 392 pág.), editado em razão da exposição homônima realizada no Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro. A artista ainda teve sua obra publicada na simpática Série: “Fotoportatil n°3” (ed. CosacNaify, 56 pág).
Por enquanto é isso, parabéns às mulheres e em especial àquelas que representam com muita qualidade a produção de livros de fotografia no Brasil e no mundo. Semana que vem eu volto, com mais dicas, espero que gostem...



* Philippe Machado (philippe@donalaura.com.br)
é fotógrafo e sócio da Livraria Dona Laura,
que fica na Casa de Cultura Laura Alvim.
Ele vai escrever semanalmente aqui no Pólo.

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