A descoberta dos negativos perdidos de Robert Capa está sendo saudada no meio fotográfico como o encontro do Santo Graal. Muitos acreditam que lá deverá estará contida a chave do mistério que ronda a famosa fotografia do soldado baleado (veja no início deste blog).
O baú de relíquias, na verdade, três frágeis maletas de papelão, contém milhares de negativos de Capa, um dos pioneiros da fotografia de guerra e um dos mais brilhantes fotojornalistas da história. As imagens contidas nestes negativos foram tiradas durante a Guerra Civil Espanhola, justamente onde foi feita a sua mais famosa imagem, e pouco antes de ele fugir da Europa para os Estados Unidos em 1939.
Segundo reportagem publicada na Folha, Capa pensou que o trabalho tinha sido perdido durante a invasão dos nazistas, e morreu em 1954, em trabalho no Vietnã, ainda acreditando nisso. "Mas em 1995 começou a circular a versão de que os negativos haviam escapado, depois de uma jornada digna de um romance de John le Carre: de Paris para Marselha e depois, nas mãos de um general e diplomata mexicano que havia prestado serviço a Pancho Villa, para a Cidade do México", diz a matéria.
A mala com os negativos ficou conhecida como a "valise mexicana", desde então. Depois de negociações completamente out of media, o imão de Capa, Cornell, conseguiu recuperar os negativos para o Centro Internacional de Fotografia de Manhattan, fundado por ele em homenagem ao fotógrafo.
Segundo especialistas da George Eastman House em Rochester, N.Y., que avaliaram parcialmente os negativos, parece que eles "foram feitos ontem", uma condição espetacular para um filme de nitrato de 70 anos de idade, armazenado no que essencialmente se parece com caixas de confeitos.
Agora é esperar o que vem por aí... Mais do que elucidar o mistério, deve ser ótimo deparar-se com imagens inéditas de Capa..
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