Nascido Andrei Friedmann, em Budapeste, a 22 de Outubro de 1913, o fotógrafo só deu início à carreira tapando buracos numa agência de fotografia onde trabalhava como office boy. Na falta de alguém para fazer a cobertura de uma apresentação de Trotski, lá foi ele... Anos depois, fugindo da política anti-semita de Hitler, deixou Berlim, onde havia cursado Faculdade de Ciências Políticas, para criar em Paris, juntamente com sua mulher Gerda Taro, o personagem que incorporou: o belo sedutor fotógrafo de sucesso norte-americano, Robert Capa.
A alcunha lhe dá notoriedade, encomendas de novos trabalhos e oportunidades de viagens para diversos países, entre elas para a cobertura da Guerra Civil espanhola, onde Geda Taro morreu e Capa faz sua famosa fotografia do soldado que leva o tiro.
"O desejo mais fervoroso do fotógrafo de guerra é estar no desemprego”, costumava dizer Roberto Capa, mas esta não era sua sina. Depois da Espanha, ele cobre o conflito sino-japonês, volta à Espanha em 1940, logo que a França cai sob o jugo nazista, retirando-se seguidamente para os Estados Unidos onde começa a trabalhar para a revista Life. Seguidamente vai para Inglaterra, depois para a Argélia. Em Maio de 1944 participa no desembarque da Normandia. A ocasião fotografada por ele foi tão inusitada que o laboratorista, empolgado com o que teria nas mãos, deixou passar o tempo da química e apenas pouquíssimas fotos puderam ser publicadas sobre esta data na Life.
Na Guerra da Indochina em 25 de maio de 1954, Capa seguiu sua máxima – “se uma foto não ficou boa é porque não chegou perto o bastante” – e morreu ao pisar em uma mina terrestre. Seu corpo foi encontrado com as pernas dilaceradas. Em suas mãos, a câmera fotográfica.
Em tempo: encontrei dias atrás uma entrevista de Capa, na qual ele narra a cena em que fotografou o soldado espanhol: “Estávamos a fazer palhaçadas. Estávamos descansando ao redor da cidade. Mas tudo corria muito bem. Não havia disparos. Descíamos brincando e correndo pela encosta. Eu também corria. Então, de repente, aquilo converteu-se em algo real. A princípio não ouvi o disparo. Estava fazendo as imagens apenas”, disse, completando tempos depois que ficara atormentado, e se sentia parcialmente culpado pela morte daquele homem.
Um comentário:
Olá,
tenho estudado a história da fotografia e não conhecia muito do Capa.
muito legal este blog...
atualizem sempre.
Parabéns!
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