Em tempos de Bolsa despencando, ações em derrocada, e mercado financeiro mundial em polvorosa, na fotografia vale lembrar o momento genial motivado pela grande depressão anterior, a de 1929.
Logo após a crise norte-americana, que sobreveio ao crack da bolsa de Nova York em 1929, dois milhões de desempregados e uma massa de imigrantes vivendo em condições subumanas. As péssimas condições de vida, associadas ao deslocamento de populações no interior do próprio país, marcaram esse período por um constante medo de explosões de conflito social, demandando uma atenção continuada por parte das autoridades.
Em 1935, como parte do New Deal, o presidente Franklin Roosevelt lança o Farm Security Administration, um programa de ajuda financeira aos agricultores que tinham perdido suas terras durante o período de depressão econômica.
Roy Stryker, responsável pela administração da FSA, uma agência de fomento governamental dirigida por Roy Stryker, convocou os melhores foto documentaristas da época para retratar a vida rural e urbana daquela época: Dorothea Langue, Margareth Bourke-White, Russel-Lee, Walker Evans, Ester Bubley, Arthur Rothstein, Jack Delano entre outros.
Muitas destas respostas foram lidas como exemplos de um registro permanente de sua época, ao mesmo tempo em que foram vistas como tendo um lugar dentro do contexto no qual foram produzidas. Mas como tinham a intenção de mobilizar a opinião pública com vistas a uma ação positiva, não poupavam recursos dramáticos.
As fotos foram publicadas na revista Life e se tornaram ícones de uma época. Nos rostos retratados com firmeza e precisão, especialmente por Walker Evans e Dorothea Lange, ficaram mais do que apenas as expresões da pobreza daquela geração, mas a força do olhar ali expressado.
O programa do Farm Security, que pretendia reisntalar a população rural nas terras originais não deu certo como o governo queria. Os camponeses queriam comprar as terras, e não aceitaram a "reabilitação rural" como inquilinos nas propriedades do governo.
Mas ao final do programa, em 1941, Stryker contava em seu acervo 70 mil cópias e 164 mil negativos, preservados e arquivados até hoje na Biblioteca do Congresso norte-americano.
Mais de 70 anos depois, as imagens que nos chegam da atual depressão americana é a de mãos nos rostos dos operadores de bolsas de valores...
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