1 de mar. de 2008

O Rio que eu vejo

por Philippe Machado


Hoje, 1° de março o Rio de Janeiro comemora 443 anos.
Além de desejar parabéns resolvi dedicar essa primeira coluna aos livros mais interessantes que homenageiam a cidade maravilhosa.
O Rio certamente é o local mais fotografado do Brasil, tanto pela sua importância histórica, como pela sua beleza natural.
Há centenas de livros que mostram os cartões postais cariocas, alguns muito bem feitos, realmente belos, como o “Amanhecer e Pôr-do-Sol no Rio”, da Editora Bom Texto, com fotos de Sid Bond e o lindíssimo “Mar do Rio”, da Editora Andrea Jakobsson Estudio, com fotos de Carlos Secchin. Mas vou aproveitar a oportunidade e comentar três livros pouco conhecidos e que mostram a cidade por outro ponto de vista.
O primeiro é o recém lançado e totalmente esgotado “O Rio Que Eu Piso” (Ed. Memória Brasil), idealizado pela arquiteta Iolanda Teixeira, com fotos de Bruno Veiga.
O livro passeia pelas calçadas de pedras portuguesas que, vistas do alto, formam desenhos impossíveis de serem visualizados por quem pisa ali todos os dias. A primeira edição esgotou em menos de três meses.
Fato raro se tratando de um livro de fotografia. O projeto gráfico da publicação, em formato pequeno e sem capa dura, permitiu um preço acessível (R$ 39,00), e tirou o livro das clássicas mesas de centro, colocando-o na cabeceira dos leitores. Ótima estratégia para um mercado tão difícil A Editora informou que pretende lançar a segunda edição em breve.

O segundo livro, “Rua do Lavradio” (Ed. Andrea Jakobsson Estudio, 240 pág.) lançado no final do ano passado, conta com imagens muito interessantes e detalhes da rua mais charmosa da Lapa. Com suas dezenas de antiquários, bares, e cheia de peculiaridades, a Rua do Lavradio merecia esse registro. O projeto do designer Jair de Souza une texto de feras contando o cotidiano e a história da rua, ilustrado com belas fotos de Renan Cepeda. Este sim, faz bonito em qualquer mesa de centro.

Por último vai a dica do mais velhinho dos três: do consagrado fotografo Cláudio Edinger, publicado em 2004, chamado simplesmente “Rio” (ed. DBA, 140 pág.). De simples mesmo só tem o nome; todo feito com câmera de grande formato, o fotógrafo brinca com o uso do foco, criando verdadeiras miragens. Autor de pelo menos cinco livros, o mais recente “Isto é o que é” (Ed. DBA, 220 pág.) que faz um apanhado de sua obra, Edinger se mostra um grande realizador, além de um grande artista. Por enquanto é só, semana que vem volto com mais comentários e dicas sobre livros de fotografia.



* Philippe Machado (philippe@donalaura.com.br)
é fotógrafo e sócio da Livraria Dona Laura,
que fica na Casa de Cultura Laura Alvim.
Ele vai escrever semanalmente aqui no Pólo,
indicando livros ligados à fotografia.
Ah! O Phil também é o autor da foto acima.

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