Um dos mais significativos artistas das últimas décadas, Baldessari ficou conchecido principalmente pela reflexão que faz em cima das imagens no mundo contemporâneo. Antes mesmo desse excesso de imagens captadas pelas atuais câmeras digitais, Baldessari fazia sua crítica, na década de 60, sobre os códigos contemporâneos que regem o mundo imagético.
Para além da pintura, Baldessari apoiou-se na fotografia e no cinema para constituir diferentes linguagens iconográficas e fazer com que elas conversassem entre si. Pop-conceitual, já se disse sobre ele. Nonsense, tentaram classificá-lo, com e sem razão na mesma proporção, por conta de suas interferências cromáticas em qualquer tipo de imagem, seja jornal, revista, fotograma, etc.
É assim na série em que cria um dicionário visual, denominando as expressões captadas na cena de um ator ou uma atriz hollwoodianos, e classificando-as ao lado da imagem captada. A ironia para com a imagem contemporânea, por sua vez, ganha espaço nas fotografias de jornais em que ele sobrepõe um círculo pintado em uma cor qualquer sobre os rostos das pessoas representadas, fossem elas personalidades ou não.
Tornando-as anônimas, ele garantiu uma forma destacar o ato que estava sendo representado. Apropriando-se da imagem e criando cores sobre ela, dava à mesma um novo contexto e interpretação artística.
“O que retiro é mais importante. Quero a ausência que cria uma espécie de angústia”, disse Baldessari certa vez. Curioso, para um artista que destruiu toda a sua obra antes da década de 70. Discursos improváveis e fragmentados, articulações pessoais da imagética contemporânea. Que seja bem-vinda a ausência tão atual e presente de Baldessari ao Pólo e aos nossos dias.
Um comentário:
esse cara fez história... mas hoje acho fora de contexto... qq um pode se meter a botar bolinha na cara dos outros com um clique no photoshop...
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